Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente

Fundação Francisco Manuel dos Santos

4 comunicadores, 4 especialistas, 4 temas - Economia, Sociedade, Política e Ciência -, todas as semanas no [IN] Pertinente. Um confronto bem disposto entre a curiosidade e o saber. Porque quando há factos, há argumentos. [IN] Pertinente é um podcast da Fundação Francisco Manuel dos Santos que pretende dar respostas às perguntas de todos, contribuindo para uma sociedade mais informada. Voz: Isabel Abreu; Banda Sonora: Fred Pinto Ferreira

  • 57 minutes 42 seconds
    EP 161 | CIÊNCIA - A criatividade: mitos e verdades cerebrais

    Sabemos que a criatividade não se controla e que não aparece sempre quando e onde queremos. E para todos os que procuram inspiração fiquem a saber que ter tempo estimula a criatividade.

    Mas o que é afinal criatividade? Estará ‘alojada’ num dos hemisférios cerebrais? Será potenciada pelo consumo de álcool e drogas? Está associada à loucura ou é diretamente proporcional à inteligência?

    A neurocientista Luísa Lopes e o radialista Rui Maria Pêgo vão discutir todos estes temas, trazendo à luz conceitos interessantes como o do «Default Mode Network», o modo passivo que se ativa no cérebro e que favorece os processos criativos.

    Ao mesmo tempo, desfazem, por exemplo, o tão conhecido mito de que a racionalidade está associada a um dos hemisférios e a expressão artística ao outro. Mas os estudos demonstram que várias zonas dos dois hemisférios se acendem em simultâneo quando a criatividade acontece.

    A dupla vai falar dos efeitos da música, do teatro, da literatura e das artes plásticas e, surpreenda-se, vai também explicar como se estuda e encara a possibilidade de usar a arte como forma de resolução de conflitos e ferramenta terapêutica.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS

    Livros

    «Neurological disorders in famous artists», J. Bogousslavsky, M.G. Hennerici

    «The creative brain, myths and truths», Ana Abraham

    «The runaway species», Anthony Brandt & David Eagleman

    Séries

    «Pretend it's a city» (Netflix)

    «Feud: Capote vs. The Swans» (HBO Max)

    BIOS

    RUI MARIA PÊGO
    Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
    Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.

    LUÍSA LOPES
    Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.

    2 May 2024, 11:00 pm
  • 48 minutes 35 seconds
    EP 160 | POLÍTICA - Democracia: o Estado a que chegámos

    ‘Meus senhores: Como todos sabem, existem três tipos de estados: os estados sociais, os estados corporativos e o estado a que isto chegou. E, nesta noite solene, nós vamos acabar com o estado a que isto chegou.’

    Assim falou Salgueiro Maia, o capitão que comandou as tropas que cercaram o Terreiro do Paço, a 25 de abril de 1974.

    Um golpe de estado marcou o início da revolução que, nas palavras de João Pereira Coutinho, trouxe a Portugal aquilo que uma revolução deve trazer: a rutura, o fim da ditadura, e  o entusiasmo com o que pode vir a seguir.

    Mas, como se conquistou, historicamente, um Estado como este a que chegámos nestes 50 anos de democracia? O que é ser democrata? Há quem o seja inteiramente?

    Nesta viagem de 48 minutos, o politólogo e o humorista Manuel Cardoso vão desbravar o caminho árduo que a democracia fez até se proclamar enquanto regime. Nesse caminho, vão falar das diferenças entre democracia direta, democracia liberal e democracia representativa, das virtudes e falhas do sistema democrático, e da tensão que existe entre as as palavras 'democracia' e 'liberalismo' a trabalharem em conjunto.

    A dupla vai debater  também a importância das instituições, o conflito sempre latente entre as elites e os cidadãos, e fazer referência a todos aqueles que inspiraram a nossa e tantas outras democracias. E até vão explicar como a falta de participação democrática não é necessariamente uma falta de vitalidade do regime democrático.

    REFERÊNCIAS ÚTEIS
    EATWELL, Roger, e Matthew Goodwin, «Populismo – A Revolta contra a Democracia Liberal» (Desassossego, 2019)

    LÉONARD, Yves, «Breve História do 25 de Abril» (Ed. 70, 2024)

    MOUNK, Yascha, «Povo vs. Democracia» (Lua de Papel, 2019)

    ROBERTS, Andrew, «Churchill – Caminhando com o Destino» (Dom Quixote, 2019)

    STASAVAGE, David, «The Decline and Rise of Democracy – A Global History from Antiquity to Today» (Princeton, 2020)

    TOCQUEVILLE, Alexis de, «Da Democracia na América» (Principia, 2023) 

    TUCÍDIDES, «História da Guerra do Peloponeso» (Gulbenkian, 2010)

    CAPRA, FrankFORD, John, «Peço a Palavra» (1939)

    WHITMAN, Walt, «Canto de Mim Mesmo» (Cultura, 2021)

    BIOS
    MANUEL CARDOSO
    É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021

    JOÃO PEREIRA COUTINHO
    Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. 

    25 April 2024, 11:00 pm
  • 47 minutes 3 seconds
    EP 159 | SOCIEDADE - Longevidade: o que é o idadismo?

    «Não podemos aceitar que nos coloquem rótulos devido à nossa idade».

    A afirmação é de Sibila Marques. Mas desengane-se se pensa que está a salvo: todos temos este preconceito que nos leva a discriminar em função da idade. E só nos apercebemos dele quando chegamos ao momento em que se vira contra nós.

    Quem é que nunca se impacientou quando um idoso demora mais tempo no multibanco, conduz mais devagar ou conversa com a farmacêutica? Somos paternalistas ou condescendentes com os mais velhos, mas também não levamos a sério os mais novos.

    A realidade é que existe um estereótipo chamado idadismo cujos determinantes são bem conhecidos, um estereótipo que tem consequências também para os mais jovens.

    Neste episódio, Sibila Marques e Hugo van der Ding explicam como e quando surgiu o idadismo, quais as suas componentes e as razões que nos levam a ser tão pouco conscientes relativamente ao mesmo. A dupla refere também as diferenças entre o idadismo flagrante e o idadismo subtil, e distingue a forma como se manifesta nos Estados Unidos da América, na Europa e em Portugal.

    Talvez se pergunte: não seria mais inteligente valorizar jovens e idosos (e até a colaboração entre eles) uma vez que vivemos até mais tarde? A psicóloga social e o cartunista concordam em absoluto e trazem à luz os principais dados e conclusões do Relatório Global da Organização Mundial da Saúde.

    Uma delas são os estudos longitudinais que demonstram que pessoas com crenças mais positivas acerca do envelhecimento podem viver 7 anos mais do que pessoas com crenças mais negativas. Dá que pensar.

    LINKS ÚTEIS

    World Health Organization. (2021). «Global report on ageism». World Health Organization.

    World Health Organization (2021): «Age doesn’t define you - Global Campaign to Combat Ageism».

    Marques, Sibila. (2011). «Discriminação da Terceira Idade». Fundação Francisco Manuel dos Santos.

    BIOS

    HUGO VAN DER DING 
    Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus. 

    SIBILA MARQUES 
    Professora auxiliar no ISCTE-IUL e membro integrado do Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS-IUL). É diretora do Mestrado em Psicologia Social da Saúde no ISCTE. Tem desenvolvido os seus trabalhos principalmente em duas áreas: Psicologia do Ambiente e Psicologia do Envelhecimento.

    18 April 2024, 11:00 pm
  • 53 minutes 50 seconds
    EP 158 | ECONOMIA: 50 anos, sete crises

    ‘As crises são como as constipações: depende de como está o sistema imunitário, às vezes dá crise, outras vezes, não.’

    É assim que José Alberto Ferreira explica a imprevisibilidade deste ‘evento’ que dá pelo nome de crise económica.

    Nos últimos 50 anos, Portugal atravessou sete recessões, provocadas por diversos fatores. Importámos uma crise americana, o pessimismo da classe política induziu a outra (quem diria que o pessimismo pode provocar uma crise!), assistimos a uma que parecia resultar de várias crises e até estivemos numa em perfeita sintonia com o resto do mundo.

    Todos estes períodos mais conturbados da economia nacional trouxeram mudanças: alterações demográficas, novos direitos laborais, quedas de governos, nacionalizações, alterações drásticas do PIB e da inflação, fuga de pessoas e de capitais, e congelamentos de carreiras, só para enumerar algumas.

    Quem ler tudo isto pensará em tempos verdadeiramente conturbados… mas José Alberto Ferreira diz que, ainda assim, o país não tem estado em constante recessão. Em cinco décadas, apenas 13 anos correspondem a períodos em que a produção e o rendimento da população portuguesa diminuíram.

    Descubra com a dupla de economia como se define uma crise, de que forma a ‘diagnosticam’ os economistas, e conheça, em poucos minutos, as sete recessões portuguesas que fazem parte da história da democracia.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
    Brunnermeier, Markus, & Reis, Ricardo. (2023). «A Crash Course on Crises: Macroeconomic Concepts for Run-Ups, Collapses, and Recoveries». Princeton University Press.

    Amaral, Luciano. (2019). «The Modern Portuguese Economy in the Twentieth and Twenty-First Centuries». Palgrave Macmillan.

    Amaral, Luciano. (2022). «Economia Portuguesa, As Últimas Décadas». Fundação Francisco Manuel dos Santos.

    Alexandre, Fernando, Aguiar-Conraria, Luís, & Bação, Pedro. (2016). «Crise, Castigo e o Dia Seguinte: os Desequilíbrios, o Resgate e a Recuperação da Economia Portuguesa». Fundação Francisco Manuel dos Santos.

    Mateus, Abel. (2013). «Economia Portuguesa — Evolução no Contexto Internacional». Lisboa, Principia.

    «Crises na Economia Portuguesa e o Comité de Datação dos Ciclos Económicos Portugueses», um projeto da FFMS.

    Novas Séries Longas para a Economia Portuguesa, publicadas pelo Banco de Portugal e pelo INE.

    Zona Euro: «Euro Area Business Cycle Dating Committee» (CEPR).

    Espanha: «Comité de Fechado del Ciclo» (Asociación Española de Economia).

    Giannone, D., Lenza, M., & Reichlin, L. (2008). «Explaining the Great Moderation: It Is Not the Shocks. Journal of the European Economic Association», 6 (2-3), 621–633.

    BIOS
    INÊS CASTEL-BRANCO
    Estudou técnicas de televisão e cinema na escola Arte 6. Trabalha na área há 23 anos, em telenovelas e programas de entretenimento . Fez teatro e em cinema protagonizou «Snu» que lhe valeu várias nomeações de melhor atriz.

    JOSÉ ALBERTO FERREIRA
    Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. 

    11 April 2024, 11:00 pm
  • 53 minutes 21 seconds
    EP 157 | CIÊNCIA: o cérebro sobrevivente

    Como funciona o cérebro em modo de sobrevivência? Como é que o stress pode ser positivo e crucial na nossa adaptação a situações de ameaça e limite?

    Partindo do caso verídico do desastre aéreo na Cordilheira dos Andes, que deixou 16 sobreviventes, durante 72 dias, a tentar resistir ao frio extremo e à fome, Rui Maria Pêgo desafia a neurocientista Luísa Lopes a explicar como o cérebro responde a situações limite.

    A especialista vai falar de stress, uma das formas extremamente úteis que o cérebro encontrou para nos ajudar a lidar com este mundo, regra geral, caótico. Vai explicar que estruturas que entram em ação quando nos sentimos em perigo (real ou imaginário). E de como o stress e o trauma são aspetos diferentes da sobrevivência.

    Prepare-se para um episódio verdadeiramente revelador.

    REFERÊNCIAS ÚTEIS

    Livros
    «O Erro de Descartes», de António Damásio
    «O corpo não esquece», de Bessel an der Kolk
    Filme
    «A sociedade da Neve», de J. A. Bayona

    BIOS

    RUI MARIA PÊGO
    Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
    Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.

    LUÍSA LOPES
    Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.

    4 April 2024, 11:00 pm
  • 48 minutes 56 seconds
    EP 156 | POLÍTICA: A política e a felicidade

    Em tempo de eleições, a felicidade anda na boca dos políticos e na cabeça dos cidadãos: mas o que é que a felicidade tem a ver com política? Tem muito, e quem o diz é o politólogo João Pereira Coutinho.

    Em conversa com Manuel Cardoso, o especialista explica como o tempo, o dinheiro e até o regime político em que se vive influenciam a felicidade de cada um.

    De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade, os jovens estão infelizes, mesmo vivendo em democracia. Que razões justificam este cenário? Será possível ser-se feliz em ditadura? Afinal, viver em liberdade acarreta um grau de responsabilidade que nem sempre o ser humano está disposto a assumir.

    Ao mesmo tempo, a falta de felicidade tem sido associada pelos especialistas a carências económicas, políticas e sociais. Fará sentido adotar um Rendimento Básico Incondicional, como defende Van Parijs, para ajudar ao bem-estar destas pessoas.

    Recorrendo a Aristóteles e Séneca, Stuart Mill e John Rawls, e aos conceitos de ‘justiça’ e ‘utilitarismo’, a dupla propõe-se responder a todas estas questões neste episódio do [IN] Pertinente.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS

    Clássicos
    ARISTÓTELES, «Ética a Nicómaco» (trad. de António de Castro Caeiro; Quetzal)

    BENTHAM, Jeremy e John Stuart Mill, «Utilitarianism and Other Essays »(Penguin Classics)

    SÉNECA, «Cartas a Lucílio» (trad. Segurado e Campos; Gukbenkian)

    MONTAIGNE, «Ensaios», 2 volumes (trad. Hugo Barros; E-Primatur)

    RAWLS, John, «Uma Teoria da Justiça» (Editorial Presença)

    VAN PARIJS, Philippe e Yannick Vanderborght, «Basic Income: A Radical Proposal for a Free Society and a Sane Economy» (Harvard University Press)

    E ainda...
    DOLAN, Paul, «Happy Ever After: Escaping the Myth of the Perfect Life» (Penguin)

    FRANKFURT, Harry G., «On Inequality» (Princeton University Press)

    WODEHOUSE, P.G., «The Code of Woosters» (Arrow)

    SZABLOWSKI, Witold, «Dancing Bears: True Stories about Longing for the Old Days» (Text Publishing Company)

    BIOS
    MANUEL CARDOSO
    É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021

    JOÃO PEREIRA COUTINHO
    Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. 

    29 March 2024, 12:00 am
  • 44 minutes 55 seconds
    EP 155 | SOCIEDADE - Longevidade: mais velhos, mais ativos

    Sabe-se que a gestão da longevidade não é um sprint, mas antes uma maratona para a qual é preciso preparação e treino, tal como fazem os atletas, desde muito cedo.

    Se a manutenção e promoção da saúde, e a participação social são pilares da longevidade, que estruturas e mudanças de paradigma são necessárias para que a longevidade ativa seja uma realidade?

    Há países que já estão a repensar as estruturas das cidades para que os mais velhos continuem a deslocar-se, a contactar com o meio ambiente e com a população, para evitarem a solidão e o isolamento.

    No Japão e na Alemanha, há encontros que juntam pessoas de várias faixas etárias para trocarem conhecimentos e experiências entre gerações. Já em Portugal, organizam-se programas de voluntariado para envolver as comunidades, puxando os mais idosos para uma participação ativa na sociedade.

    Pelo mundo, é crescente a aposta em projetos que promovam a longevidade ativa, mas apesar dos avanços na integração destas gerações, há um longo caminho para garantir um envelhecimento de qualidade à população.

    Neste episódio, Hugo van der Ding e Sibila Marques explicam o que é a longevidade ativa, as formas de a promover e as mudanças necessárias para que este conceito deixe de ser uma exceção e passe a ser a regra.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS

    ILC-BR (2015), «Active Ageing: A Policy Framework in Response to the Longevity Revolution», 1st edition, International Longevity Centre Brazil, Rio de Janeiro, Brazil

    European Comission, Directorate-General for Communication, «Green paper on ageing», Publications Office of the European Union, 2022.

    Diário da República: «Plano de Ação do Envelhecimento Ativo e Saudável 2023-2026»

    BIOS
    HUGO VAN DER DING 
    Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus. 

    SIBILA MARQUES 
    Professora auxiliar no ISCTE-IUL e membro integrado do Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS-IUL). É diretora do Mestrado em Psicologia Social da Saúde no ISCTE. Tem desenvolvido os seus trabalhos principalmente em duas áreas: Psicologia do Ambiente e Psicologia do Envelhecimento.

    22 March 2024, 12:00 am
  • 46 minutes 37 seconds
    EP 154 | ECONOMIA: o preço do tempo

    José Alberto Ferreira descreve os juros como «o preço de tempo», definição que suscitou a curiosidade de Inês Castel-Branco, levando-a a conduzir esta conversa para muitas explicações além das habituais. O que são juros? Que tipos existem? Quem os determina? E que relação têm com a inflação?

    Esta viagem pela história dos juros começa na sua criação (3.000 AC), passa pela época dos Medici em Florença, prossegue para outras partes do mundo e termina num conjunto de questões que tem marcado a atualidade. 

    O economista vai explicar por que razão os juros são um instrumento fundamental para o equilíbrio da economia e, nesse sentido, uma ferramenta que influencia a nossa qualidade de vida.

    Mas há mais a explorar neste segundo episódio da nova temporada: Inês Castel-Branco quis saber tudo sobre as taxas e impostos associados ao crédito à habitação. José Alberto não só explicou, como ajudou a compreender o papel dos bancos, em todos estes processos. Vale muito a pena ouvir.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
    Livros
    Chancellor, E. (2023). «The price of time: The real story of interest». Penguin. Vencedor do Hayek Book Prize 2023.

    Bernanke, B. (2022). «21st Century Monetary Policy», W.W. Norton.

    Fisher, I. (1930). «The Theory of Interest: As Determined by Impatience to Spend Income and Opportunity to Invest It». MacMillan.

    Artigos Científicos
    Nakamura, E. and Steinsson, J. (2013). «Price Rigidity: Microeconomic Evidence and Macroeconomic Implications», Annual Review of Economics, 5, 133-163.

    Kashyap, A. and Stein, J. (2023). «Monetary Policy when the Central Bank Shapes Financial-Market Sentiment», Journal of Economic Perspectives, 37(1), 53-76.

    Galí, J. 2018. «The State of New Keynesian Economics: A Partial Assessment», Journal of Economic Perspectives, 32 (3): 87-112.

    Mankiw, G., and Reis, R. (2018). «Friedman's Presidential Address in the Evolution of Macroeconomic Thought», Journal of Economic Perspectives, 32 (1): 81-96.

    Crónicas de jornal
    «As Margens dos Bancos»,  por Ricardo Reis.

    «A história da inflação: ideias», por Ricardo Reis.

    Filmes e séries
    «Medici (I Medici)», série de TV 2016-2019, de Nicholas Meyer e Frank Spotnitz.

    Outros
    Banco de Portugal: «Importância da estabilidade de preços»

    Deco Proteste: «10 questões sobre a Euribor, a taxa que mexe com o crédito à habitação»

    Banco Central Europeu: «Transmission mechanism of monetary policy»

    BIOS

    INÊS CASTEL-BRANCO
    Estudou técnicas de televisão e cinema na escola Arte 6. Trabalha na área há 23 anos, em telenovelas e programas de entretenimento . Fez teatro e em cinema protagonizou «Snu» que lhe valeu várias nomeações de melhor atriz.

    JOSÉ ALBERTO FERREIRA
    Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. É licenciado em Economia pela Nova SBE, e mestre em Economia pela LSE, onde deu aulas e foi assistente de investigação.

    15 March 2024, 12:00 am
  • 50 minutes 17 seconds
    EP 153 | CIÊNCIA: deixe-se dormir

    ‘Não perco tempo a dormir.’ 
    ‘Terei tempo para dormir quando morrer.’ 
    ‘Eu não preciso de dormir muito.’

    Quantas vezes já ouvimos ou dissemos estas frases? É um facto: regra geral, descuramos a importância do sono para a nossa saúde e qualidade de vida.

    Os portugueses dormem efetivamente pouco e mal. Ora «dormir é tão importante quanto estar acordado» e, sobretudo paras as crianças, «o sono é mais importante que a comida»; quem o diz não somos nós, mas antes a Luísa Lopes, especialista desta temporada de Ciência.

    Desafiada pelo comunicador Rui Maria Pêgo, a neurocientista vai desvendar como dormir é relevante para a memória, para a saúde mental e para a prevenção do envelhecimento e da demência.

    Vai também decifrar os diferentes cronotipos (que distinguem os noctívagos dos madrugadores), o impacto da luz no sono, o poder da sesta (que não é para todos) e o sincronismo das hormonas com os ritmos da natureza.

    Mas não fica por aqui: a dupla vai conversar sobre as diferentes fases do sono e para que servem, e desfazem o mistério da Paralisia do Sono que tanto assusta quem por ela passa.

     Desperte para este episódio verdadeiramente revelador.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS

     «Dormir é Bom, Dormir Faz Bem», de Teresa Paiva e Helena Rebelo Pinto, Bertrand editora: O sono é indispensável ao bom funcionamento do organismo humano e por isso devemos aprender a gostar de dormir. As lengalengas são uma forma simples e divertida de estimular o raciocínio das crianças que ainda não sabem ler nem escrever, ajudando-as a memorizar conceitos. Uma médica neurologista, uma psicóloga e uma ilustradora levam-nos à descoberta dos elementos mais importantes do sono através das lengalengas e das imagens que nos surpreendem a cada página. Com simplicidade, rigor e talento é uma ferramenta indispensável.

    «Porque Dormimos? O que nos diz a ciência sobre o sono e os sonhos», de Matthew Walker, Desassossego editora:  É professor de Neurociência e Psicologia na Universidade de Berkeley e diretor do Laboratório de Sono e Neuroimagiologia. Questões tão essenciais como por que razão dormimos ou por que motivo as consequências para a saúde são tão devastadoras quando não dormimos só recentemente foram compreendidas. Apresentando descobertas científicas revolucionárias e sintetizando décadas de investigação e prática clínica, Matthew Walker, um dos maiores especialistas mundiais sobre o sono, demonstra-nos que o sono está na base de tudo o que somos física e psicologicamente.

    «Inception», de Christopher Nolan: Um filme de ficção científica e suspense dirigido por Christopher Nolan, lançado em 2010. A ação passa-se num mundo onde é possível entrar nos sonhos das pessoas para roubar segredos de suas mentes subconscientes. O filme segue Dominick «Dom» Cobb, um habilidoso ladrão de sonhos que é especializado em extrair informações valiosas do subconsciente de seus alvos enquanto estes sonham.

    BIOS

    RUI MARIA PÊGO
    Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
    Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.

    LUÍSA LOPES
    Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.

    8 March 2024, 12:00 am
  • 45 minutes 36 seconds
    EP 152 | POLÍTICA: liberdade de expressão

    Quando, em 1988, Salman Rushdie publicou os Versículos Satânicos, a obra foi considerada blasfema pelo regime iraniano.  O «Ayatollah» Khomeini, líder supremo do Irão, declarou uma «fatwa» (decisão jurídica baseada na lei islâmica) contra o escritor que resultou em algumas tentativas de assassinato de Rushdie. 

    Até que ponto estavam ambos a usar o seu direito à liberdade de expressão? Este é um exemplo real que espelha o tema do episódio de hoje.

    A liberdade de expressão é um dos conceitos fundamentais do pensamento político. Introduzida pelo Liberalismo, teve como principais autores John Milton, John Locke e John Stuart Mill.

    Aos dias de hoje, parece estar esquecida dos discursos eleitorais porque a tomamos por garantida. Mas até que ponto estamos dispostos a tolerar opiniões que nos pareçam abjetas ou repugnantes? Vale a pena proibi-las? Até onde pode ir a democracia na defesa da própria democracia? E que exemplos da História não devemos esquecer?

    Os desafios que enfrenta a imprensa livre e plural, o crescimento das redes sociais e do discurso de ódio traz novamente  à discussão os limites, mas também as vantagens da liberdade de expressão.

    Ouça esta conversa entre Manuel Cardoso e João Pereira Coutinho e, no final, se se sentir confiante quanto à sua própria tolerância, siga os conselhos de ambos e explore as sugestões de leitura que a dupla lhe deixa.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
    CLÁSSICOS
    Locke, John, «Carta Sobre a Tolerância» (Edições 70)
    Mill, John Stuart, «Sobre a Liberdade» (Ideias de Ler)
    Milton, John, «Areopagitica: Discurso sobre a Liberdade de Expressão» (Almedina)
    Voltaire, «Tratado sobre a Tolerância» (Antígona)
    Zweig, Stefan, «Castélio contra Calvino – ou Uma Consciência contra a Violência» (Assírio & Alvim)

    CONTEMPORÂNEOS
    Ash, Timothy Garton Ash, «Liberdade de Expressão: Dez Princípios para um Mundo Interligado» (Temas & Debates)
    Berkowitz, Eric, Dangerous Ideas, «A Brief History of Censorship in the West, from the Ancients to Fake News» (Penguin)
    Hume, Mike, Direito a Ofender, «A Liberdade de Expressão e o Politicamente Correto» (Tinta da China)
    Warburton, Nigel, «Liberdade de Expressão: Uma Breve Introdução» (Gradiva)

    FILMES
    «The Front» (1976), de Martin Ritt
    «The People vs. Larry Flynt» (1996), de Miloš Forman

     ARTIGO
    The Skokie Case: «How I Came to Represent the Free Speech Rights of Nazis».

    BIOS
    MANUEL CARDOSO
    É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021

    JOÃO PEREIRA COUTINHO
    Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.  

    1 March 2024, 12:00 am
  • 46 minutes 16 seconds
    EP 151 | SOCIEDADE - Longevidade: estaremos preparados para uma vida mais longa?

    Para as pessoas que nasceram em 1920, a esperança média de vida estimada era de 35 anos para os homens e 40 para as mulheres. Hoje, a esperança média de vida mais do que duplicou: a dos homens é de 78 anos e a das mulheres, 83,5. 

    Em 2018, registou-se uma inversão nunca antes ocorrida: foram contabilizadas mais pessoas acima dos 65 anos do que crianças até aos cinco.

    Apesar destas alterações demográficas, se repararmos na sequência atual das nossas vidas, muito pouco parece ter mudado. Continuamos a segmentar o nosso percurso numa sucessão de três etapas - educação, trabalho, reforma -, que se estendem exatamente pelo mesmo período de anos que no tempo dos nossos pais.

    A idade da reforma aumentou, mas, ainda assim, pessoas perfeitamente ativas e capazes, podem ter pela frente quase três décadas de vida nas quais as espera, na maioria dos casos, a ausência de papel na sociedade, a sensação de vazio, a doença e a discriminação. Será que, enquanto sociedade, estamos a preparar-nos para esta idade que se avizinha cada vez maior?

    Nesta temporada do [IN]Pertinente Sociedade, Hugo van der Ding estreia-se como comunicador-anfitrião. Nos primeiros 4 episódios, o locutor e cartunista vai receber o valioso contributo de Sibila Marques para falar de longevidade.

    Neste arranque, irão distinguir os conceitos de idade, qual a diferença entre envelhecimento e longevidade e citar bons exemplos internacionais que demonstram como apoiar a prevenção desde que nascemos é a melhor maneira de assegurar uma vida longeva e com qualidade.

    REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
     The 100 year life
    100 Years - Life simulator
    A Snapshot of Ageism in the UK and Europe
    Longevidade - Desafios Económicos e Sociais

    BIOS
    HUGO VAN DER DING 
    Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus. 

    SIBILA MARQUES 
    Professora auxiliar no ISCTE-IUL e membro integrado do Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS-IUL). É diretora do Mestrado em Psicologia Social da Saúde no ISCTE. Tem desenvolvido os seus trabalhos principalmente em duas áreas: Psicologia do Ambiente e Psicologia do Envelhecimento

    23 February 2024, 12:00 am
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