4 comunicadores, 4 especialistas, 4 temas - Economia, Sociedade, Política e Ciência -, todas as semanas no [IN] Pertinente. Um confronto bem disposto entre a curiosidade e o saber. Porque quando há factos, há argumentos. [IN] Pertinente é um podcast da Fundação Francisco Manuel dos Santos que pretende dar respostas às perguntas de todos, contribuindo para uma sociedade mais informada. Voz: Isabel Abreu; Banda Sonora: Fred Pinto Ferreira
No episódio anterior, Mariana Alvim e o economista José Alberto Ferreira acompanharam-nos numa visita guiada aos bancos. Compreendemos a sua interdependência e a forma como se ajudam uns aos outros, neste negócio de emprestar dinheiro a longo prazo garantindo um nível mínimo de liquidez a curto prazo, que vive na base da confiança.
Neste episódio, que será o último desta temporada, a dupla vai abanar o setor financeiro e falar de como e quando um banco entra em apuros.
O que significa a falência de um banco? E que semelhanças tem com a de uma empresa?
Quando um banco entra em falência, para além dos impactos no setor financeiro, pode haver consequências na Economia como um todo.
E para nós, cidadãos comuns, o que é que isto significa?
Estaremos sempre à mercê do que acontece aos bancos, sem possibilidade de nos defendermos e sem podermos intervir? Verá que não: todos temos um papel muito mais ativo do que geralmente pensamos.
Referências e links úteis
Artigos científicos e livros:
Bail-in ou bail-out: quem salva os bancos?
Philippon, T., & Salord, A. (2017). Bail-ins and bank resolution in Europe: A progress report (Geneva Reports on the World Economy Special Report 4). ICMB and CEPR.
Sobre as consequências económicas da falência do BES para o tecido empresarial português:
Beck, T., Da-Rocha-Lopes, S., & Silva, A. F. (2021). Sharing the pain? Credit supply and real effects of bank bail-ins. Review of Financial Studies, 34(4), 1747–1781
Outros links úteis:
As falências bancárias em perspetiva histórica (nos EUA)
O que é a União Bancária? (pela Vice-Governadora do Banco de España)
O Mecanismo Único de Resolução
Como funciona a garantia de depósitos?
Filmes sobre a dinâmica da crise de 2008:
The Big Short (2015)
BIOS
MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.
Pessoas que estando vivas têm a certeza de que estão mortas.
Outras que não reconhecem um braço ou uma perna como seus.
Ainda outras que vêem quem os rodeia como ‘sósias’ de si mesmo.
Ou indivíduos que depois de um acidente, falam com pronúncia estrangeira.
Está preparado? A temporada quatro de Ciência não pode terminar sem um dos lados mais fascinantes da Neurociência: como é que o cérebro reage quando acontecem lesões.
A neurocientista Luísa Lopes e o comunicador Rui Maria Pêgo vão falar de vários casos emblemáticos: o paciente HM, de Phineas Gage, dos Síndromas de Capgrass, Cotard, Ekbom e Alice no Pais das Maravilhas, de Prosopagnosia e de Paramnésia Reduplicativa.
Não se assuste, são lesões raras e que apenas acontecem em casos de acidentes graves.
Todos os exemplos atrás descritos estão documentados; ainda existem mais, alguns passíveis de regressão outros apenas com possibilidade de serem atenuados com fármacos ou terapia.
Haverá um lado «simpático» nestes curto-circuitos do cérebro? Sim. Como diz a especialista, muitos deles serviram para compreender a importância de certas zonas do cérebro, e qual o papel de lesões na compreensão dos circuitos e áreas cerebrais, mesmo se muitos anos depois.
Não perca este último episódio do [IN]Pertinente Ciência 2024.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Livros:
«O erro de Descartes», de António Damásio
«Permanent Present Tense: The Man with No Memory, and What He Taught the World», de Suzanne Corkin
«De Profundis, Valsa Lenta», de José Cardoso Pires
«O Ano Sabático», de João Tordo
Artigo:
«Teaching rare unusual syndromes»
Documentários, filmes e séries:
«Memory Hackers» (2016, National Geographic)
«Faces in the Crowd» (2011)
«The Broken» (2008)
«Eternal Sunshine of the Spotless Mind» (2004)
«Nip/Tuck» (2003)
BIOS:
RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências pela na Faculdade de Ciências de Lisboa.
Em época natalícia, o politólogo João Pereira Coutinho e o humorista Manuel Cardoso reúnem-se para falar de política e religião.
Neste episódio, trazem-nos conceitos da teoria política e exploram as razões por trás do declínio da influência da religião no Ocidente.
Falam depois da relação entre a fé e a democracia: poderá este regime político conviver com a religião? Alexis de Tocqueville, pensador político e historiador francês do século XIX, defendia que sim, mas estaremos hoje a ficar menos democratas e mais próximos do fanatismo religioso?
Mas a dupla vai falar também desta realidade em Portugal. Viaja pelo calor da Primeira República anticlerical e urbana num país fortemente católico e discute a ambiguidade tática de Salazar, com o seu lema ‘Deus, Pátria e Família’.
Chegaremos, por fim, à atualidade e às recentes decisões relacionadas com a interrupção voluntária da gravidez, a eutanásia ou o tão falado palco das Jornadas Mundiais da Juventude.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Bibliografia:
Aron, Raymond, «L'opium des intellectuels» (Fayard)
Cruz, Manuel Braga Da, «Os Católicos, a Sociedade e o Estado» (UCP)
Dusenbury, David Lloyd, «The Innocence of Pontius Pilate» (C. Hurst)
Lilla, Mark, «The Stillborn God: Religion, Politics and the Modern West» (First Vintage)
Lindsay, A.D., «The Modern Democratic State» (Oxford University Press)
Tocqueville, Alexis De, «Da Democracia na América» (Relógio D’Água)
Filmes:
«Um Homem para a Eternidade», de Fred Zinnemann (1966)
«Persépolis», de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi (2007)
BIOS
MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Os discursos de ódio estão na ordem do dia, parecem ressurgir um pouco por todo o mundo, dividindo as pessoas, acentuando a discriminação.
O que é o ódio coletivo? Quais são os rastilhos que o propagam? Que processos psicológicos lhe estão subjacentes?
A psicóloga social Isabel Rocha Pinto e o comunicador Hugo van der Ding levam-nos às profundezas do ódio, descrevendo os processos psicossociais associados e chamando a atenção para as consequências históricas do ódio coletivo.
Nunca é demais relembrar o seu efeito pernicioso: veja-se o Holocausto ou os linchamentos raciais nos Estados Unidos perpetrados pelo Ku Klux Klan.
Numa altura em que se assiste à disseminação e legitimação de discursos de ódio coletivo, importa lembrar as consequências desastrosas que pode gerar, para que a história não se repita.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Artigo disseminação:
Pinto, I. R., Carvalho, C. L, Magalhães, M., Alves, S., Bernardo, M., Lopes, P. & Carvalho, C. (2023). «Understanding the rise in online hate speech in Portugal and Spain: a gap between occurrence and reporting». The Social Observatory: Fundação La Caixa.
Livros:
Allerfeldt, K. (2024). «Ku Klux Klan: Uma História Americana». Tradução Rui Elias. Casa das Letras.
Di Fátima, B. (Org. 2024). «Online hate speech trilogy». Labcom, Comunicação e Artes.
Solano Gallego, E. (Org., 2018). «O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil». Boitempo Editorial.
Strossen, N. (2018). «HATE: Why we should resist it with free speech, not censorship (inalienable rights)». Oxford University Press
Documentários:
«Hitler e os Nazis: O Mal no Banco dos Réus» (série documental Netflix)
«Our Boys » (série documental HBO)
«America after Charleston» (documentário PBS)
BIOS
HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ISABEL ROCHA PINTO
Psicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social.
Qual é a importância dos bancos no ecossistema de uma sociedade?
O economista José Alberto Ferreira responde: os bancos nasceram com o objetivo de democratizar o acesso a financiamento, e para permitir que possamos receber os nossos salários num lugar seguro, em vez de sermos pagos em malas de euros ou barras de ouro. Porém, pela enorme influência que têm na Economia, os bancos encontram-se por vezes envolvidos em situações polémicas.
Como explica o especialista, os bancos são empresas especiais, com um modelo de negócio peculiar: comprar dinheiro a curto prazo para poder emprestá-lo a longo prazo, apoiando a iniciativa privada, ajudando a economia a crescer, e cidadãos a comprar casa, entre muitas outras funções que ficará a conhecer neste episódio.
Este modelo acarreta algum grau de fragilidade: os bancos vivem da circulação de dinheiro e da confiança; em momentos de crise, quando a confiança se perde e o pânico impera, a corrida para levantamento dos depósitos pode descapitalizar um banco.
É nessa altura que se observa uma outra característica do sector bancário: as instituições que dele fazem parte são interdependentes e emprestam (muito!) dinheiro umas às outras. Sendo os governos parte integrante deste setor, em que situações pode justificar-se a intervenção do Estado para ajudar um banco?
O economista vai dar a conhecer diferentes tipos de bancos, desde os comerciais aos de investimento, passando pelas fintech, pelos bancos de fomento, e também a nova tendência: os bancos digitais. Nesta ida ao banco, a comunicadora Mariana Alvim tentará compreender melhor a influência e a relevância que estes têm nas nossas vidas.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Artigos científicos e livros:
Brunnermeier, M. K., & Reis, R. (2023). «A crash course on crises: Macroeconomic concepts for run-ups, collapses, and recoveries». Princeton University Press.
Reis, R. (2020). «Do FMI à pandemia: Portugal entre crises». Relógio D'Água (capítulos 2 e 3)
Diamond, D. W., & Dybvig, P. H. (1983). «Bank runs, deposit insurance, and liquidity». Journal of Political Economy, 91(3), 401-419.
Diamond, D. W., & Rajan, R. G. (2001). «Liquidity risk, liquidity creation, and financial fragility: A theory of banking». Journal of Political Economy, 109(2), 287–327.
Ashcraft, A B (2005). «Are banks really special? New evidence from the FDIC-induced failure of healthy banks». The American Economic Review 95(5): 1712–1730.
Links úteis:
Sobre risco sistémico: o caso do BPN (Jornal de Negócios)
Entrevista (de vida e de obra) a Ben Bernanke, Nobel da Economia 2022
BIOS
MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.
Hipnose, terapias regressivas, canabinóides, LSD, ketamina, psilocibina, ayahuasca, anfetaminas…
Não, este episódio não é um regresso (ou uma ‘trip’) aos anos 60: é uma viagem factual aos efeitos destas substâncias no contexto terapêutico, que voltaram a estar na ordem do dia, e agora por melhores razões.
Demonizados durante décadas, os psicadélicos estão, neste momento, a ser objeto de estudo profundo, como formas de mitigar eficazmente as chamadas depressões «major» ou como adjuvantes da psicoterapia, para que se obtenham resultados mais rápidos e eficazes.
A neurocientista Luísa Lopes vai explicar onde e como atuam no cérebro, e a razão para deverem ser sempre administrados com acompanhamento médico: é que não existe um efeito comum a todos os seres humanos, ou seja, estas substâncias dependem do contexto físico e psíquico de cada um.
Mas Rui Maria Pêgo quis saber mais: fascinado pelas terapias regressivas e pela hipnose, questionou a especialista sobre a sua validade, os seus efeitos ao nível cerebral, e ainda quis conhecer melhor o Dr. Placebo.
Conhece o Dr. Placebo? Será mais um que teremos todo o gosto em lhe apresentar.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Livros:
Teresa Mota, «Admirável placebo» (Caminhos de Pax, 2013)
Seybert, C., Cotovio, G., Madeira, L. et al. «Psychedelic treatments for mental health conditions pose challenges for informed consent». Nat Med 29, 2167–2170 (2023)
Artigos:
«A mente como medicamento?», de Luísa Lopes (Público)
«Do Psychadelics have a role in psychiatrics?», de Walter S. Dunn (UCLA Health)
BIOS
RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências pela na Faculdade de Ciências de Lisboa.
Desde 7 de outubro de 2023, ouvimos falar do conflito israelo-palestiniano todos os dias. Mas as tensões naquela parte do globo não são de agora. Nas últimas décadas, o conflito que se intensificou brutalmente no último ano, tem sido parte habitual das notícias.
Como se explica tanta discórdia com consequências tão nefastas sobre um território do tamanho do Alentejo?
O politólogo João Pereira Coutinho vai levar-nos às origens do sionismo, e às tensões, perseguições antissemitas e atrocidades históricas cometidas sobre os judeus que levaram boa parte a defender a necessidade de encontrar um lar para «um povo com excesso de História e déficit de geografia». Vai falar também de quem, dentro do judaísmo, se afastava desta solução, por motivos religiosos e políticos.
Levar-nos-á, de seguida, numa viagem até ao outro lado, o dos palestinianos, que legitimamente reivindicam a criação do seu próprio Estado num território por si já habitado.
E se os caminhos deste conflito são sinuosos, vão todos dar a Inglaterra, que no início do século XX, alimentou desejos que se têm provado irreconciliáveis. De lá para cá, tudo se complicou.
Haverá solução? E como se parecerá?
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Bensoussan, Georges, «As Origens do Conflito Israelo-Árabe, 1870-1950» (Guerra & Paz)
Cohn-Sherbok, Dan e Dawoud El-Alami, «The Palestine-Israeli Conflict: A Beginner's Guide» (Oneworld)
Ghattas, Kim, «Black Wave: Saudi Arabia, Iran and the Rivalry That Unravelled the Middle East» (Wildfire)
Herzl, Theodore, «The Jewish State» (Skyhorse)
Milton-Edwards, Beverley e Stephen Farrell, «Hamas: The Quest for Power» (Polity)
Shambrook, Peter, «Policy of Deceit: Britain and Palestine, 1914-1939» (Oneworld)
Stanislawski, Michael, «Zionism: A Very Short Introduction» (Oxford)
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MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Através da distinção entre nós e os outros - o ‘nosso grupo’ e o grupo dos ‘outros’ - construímos a nossa identidade e ganhamos sentido de pertença, compreendemos as relações entre uns e outros e damos-lhes significado.
Mas quando não toleramos opiniões diferentes da nossa (mesmo que moderadas), quando discriminamos e desumanizamos os outros que consideramos diferentes, deixamos de ter uma visão binária da realidade e estamos então perante o chamado extremismo.
A psicóloga social Isabel Rocha Pinto e o comunicador Hugo van der Ding levam-nos às profundezas do radicalismo e das formas subtis que pode tomar para atrair aqueles que se sentem excluídos da sociedade, e que, por isso, estão mais vulneráveis a discursos que lhes dão um sentido de identidade e de propósito.
Certamente já depreendeu que este episódio está recheado de exemplos que explicam as razões que podem levar um jovem a pertencer a grupos extremistas como o Daesh, a acreditar num regime Nazi, a pertencer a uma seita ou a um culto ou, no passado, a contribuir para o extermínio de povos em nome da religião.
No final, uma pergunta fica no ar: haverá solução para o extremismo?
LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEIS
Documentários
«Jonestown»
«Relato de extremista»
Livros
Ventura, J. P. & Carvalho, C. M. (2020). «Da radicalização ideológica ao terrorismo: Uma digressão». Diário de Bordo.
Breton, A., Galeotti, G., Salmon, P. & Wintrobe, R. (2002). «Political extremism and Rationality». Cambridge University Press.
Hogg, M. & Blaylock, D. L. (2011). «Extremism and the Psychology of Uncertainty». Wiley-Blackwell
BIOS
HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ISABEL ROCHA PINTO
Psicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social.
Cada vez mais jovens altamente qualificados mudam-se para os EUA, o Canadá ou os Países Baixos fazendo da exportação de talento um dos maiores «assets» de Portugal dos últimos anos.
Esta tendência é uma novidade para um país que nas décadas de 1960, 1970 e 1980 se caracterizava por exportar mão-de-obra pouco qualificada.
Mas já é bem conhecida noutras geografias. E a globalização tornou mais fácil essa mobilidade. A livre circulação de pessoas com recursos especializados ou com vontade de os melhorar abriu-se aos jovens portugueses: «já temos um milhão de bebés Erasmus», refere o economista José Alberto Ferreira, a propósito dos efeitos secundários desta diáspora de cérebros.
Contudo, a ‘fuga’ de talento levanta questões sobre o impacto económico no país. Se é uma realidade que se perdem empreendedores e oportunidades para a criação de empresas, também é verdade que o conhecimento continua a circular entre os que vão e os que ficam.
Por outro lado, as empresas portuguesas precisam de evoluir no que toca à valorização destas pessoas. Será que vamos conseguir reter jovens qualificados em Portugal?
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Instituto Nacional de Estatística, I.P. (2023). O que nos dizem os Censos sobre a população de nacionalidade estrangeira residente em Portugal.
Três estudos sobre a nova emigração portuguesa (pp. 7–36). Observatório da Emigração, CIES-Iscte.
Docquier, F., & Rapoport, H. (2012). Globalization, brain drain, and development. Journal of Economic Literature, 50(3), 681–730.
Gibson, J., & McKenzie, D. (2011). Eight questions about brain drain. Journal of Economic Perspectives, 25(3), 107–128.
Breschi, S., Lissoni, F., & Miguelez, E. (2017). Foreign-origin inventors in the USA: Testing for diaspora and brain gain effects. Journal of Economic Geography, 17(5), 1009–1038.
Choudhury, P., Ganguli, I., & Gaulé, P. (2023). Top talent, elite colleges, and migration: Evidence from the Indian Institutes of Technology. Journal of Development Economics, 164, 103120.
In Pertinente Economia: Dicionário de Inovação, Ensino Superior - Para todos?, Como ajudar um pequeno negócio a crescer?
BIOS
MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.
Sabia que alguns animais se reconhecem a si mesmos ao espelho? Que os elefantes memorizam caras, caminhos, lugares e demonstram empatia? E que os polvos são capazes de encontrar o fim de um labirinto ou abrir frascos com comida lá dentro?
Podemos ter a arrogância de achar que a nossa inteligência é a medida para todas as outras. Mas, talvez nos devêssemos questionar: seremos inteligentes o suficiente para compreender a inteligência dos animais?
A neurocientista Luísa Lopes e o apresentador Rui Maria Pêgo conduzem um episódio fascinante sobre o cérebro de alguns animais e sobre as capacidades extraordinárias que eles demonstram.
Vai ouvir falar da «orca influencer» que lançou uma nova moda nos mares, da capacidade dos roedores de sentirem o stress dos outros ou dos talentos dos chimpanzés.
E este episódio não poderia terminar de melhor forma: Luísa Lopes vai falar da experimentação animal para deixar uma nota de respeito e de limites éticos para com estes seres, que tanto nos ajudam na compreensão de algumas doenças e do funcionamento profundo do cérebro.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
LIVRO
Frans de Waal, Are we smart enough to know how smart animals are?
VÍDEOS E DOCUMENTÁRIOS
Netflix:
Bunny, o cão que fala. Sabe, alegadamente, 92 palavras!
[IN] PERTINENTE CIÊNCIA
Serão os animais capazes de pensar?
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RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências pela na Faculdade de Ciências de Lisboa.
João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso conversam hoje sobre as características dos regimes totalitários.
Como diz o humorista: «vamos falar de temas leves». Este episódio explora o nazismo e o comunismo, os pensadores que os favoreceram – e outros cujas teorias foram deturpadas – e ainda o contexto que tornaram ambos possíveis.
Falamos de Hobbes e Hegel, de Nietzsche, Rousseau e Arendt. Exploramos o modo como nos estados totalitários desvanecem as fronteiras entre o público e o privado. E de como, no século XX, a vigilância de alguns estados se imiscuiu nos próprios sonhos dos cidadãos.
Falamos de linguagem e dos objetivos dos sistemas políticos que, ainda há poucas décadas, se impuseram omnipresentes e omnipotentes.
Hitler, Estaline, Salazar… afinal, o que distingue o autoritarismo do totalitarismo? E numa sociedade transparente, de redes, likes e DMs, que ferramentas tem um líder totalitário ao seu dispor?
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Bibliografia
Arendt, Hannah, «As Origens do Totalitarismo» (Dom Quixote)
Beradt, Charlotte, «O Terceiro Reich do Sonho» (VS Editor)
Gentile, Emilio, «História do Fascismo», 2 vols. (Guerra & Paz)
Han, Byung-Chul, «A Sociedade da Transparência» (Relógio D’Água)
Ryback, Timothy, «Takeover» (Knopf)
Pinto, António Costa (org.), «O Estado Novo de Salazar - Uma terceira via autoritária na era do fascismo» (Edições 70)
Schmitt, Carl, «O Conceito do Político» (Edições 70)
Ziblatt, Daniel, «Conservative Parties and the Birth of Democracy» (Cambridge)
Livro
«1984», de George Orwell
Filme
«Fight Club», de David Fincher
BIOS
MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
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