Para mudar o mundo, eles mantêm-se na sombra. Um programa da SIC Notícias com João Miguel Tavares, Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira e coordenação de Carlos Vaz Marques
Esta semana, na estante do Governo Sombra, há um livro sobre grandes artistas que são más pessoas: “Monstros”, de Claire Dederer; uma reunião de caricaturas de escritores com o traço de André Carrilho: “Linha, Ponto e Vírgula”; dois livros em que protagonista é Camões: o “Teatro” do poeta e a biografia que Aquilino Ribeiro lhe dedicou; por fim, três livros infantis: “Olívia e as Princesas”, “Brincamos na Neve”, de Verónica Fabregat, e “Como Criar uma Biblioteca”, de Inês Fonseca Santos e André Letria.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
A família Assad já não mora em Damasco. O mundo divide-se entre os que vêem a queda do ditador sobretudo como um motivo de celebração ou acima de tudo com inquietação quanto ao futuro. A actualidade política nacional da semana ficou marcada, por sua vez, pela troca de acusações entre ministros da cultura: a atual e o antecessor. Falou-se de compadrio, mas há que veja o episódio, acima de tudo, como uma guerra de comadres.
Entretanto, o Chega foi protagonista de dois episódios parlamentares caricatos. Entregou um relatório elogiando uma nomeação, querendo no dia seguinte retirá-lo para dizer que a dita nomeação é péssima. Foi um engano, esclareceu o partido; “fizemos copy/paste do texto errado”. Na segunda situação, o Chega - que prometera ser duro nas perguntas que faria ao antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Pedro Santana Lopes - não vai afinal fazer pergunta nenhuma: esqueceu-se de enviar as questões dentro do prazo previamente estipulado. Facto curioso: Santana Lopes foi esta semana o convidado de honra das jornadas parlamentares do Chega. Sabendo-se que Santana Lopes quer ser candidato a qualquer coisa e que o Chega procura candidatos a uma coisa qualquer, que cada um tire as suas conclusõezinhas.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
A sabedoria popular oferece adágios para todas as ocasiões. Diz-se, por exemplo, que “candeia que vai à frente alumia duas vezes”. Mas também se garante que “o primeiro milho é dos pardais”. Qual dos provérbios reflectirá melhor o ponto de situação nos preparativos para a corrida a Belém? O Almirante parece firme ao leme, mas até um palhaço já entra nas contas. Assim, fica difícil levar a sério os estudos de opinião. Enquanto isso, no PS começa a haver vozes sugerindo que os socialistas devem inclinar-se ao lado para que sopra o vento. O importante é perceber com quem está o povo. No folhetim do medicamento caro administrado às gémeas luso-brasileiras, a comissão parlamentar de inquérito continua a produzir versões contraditórias. Em todo o caso, já há pelo menos um suspeito designado: o antigo secretário de estado da saúde não sairá desta investigação com a reputação intacta.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na estante do Governo Sombra, esta semana, encontramos a reedição do último livro de Joseph Roth, “A Lenda do Santo Bêbedo”; uma colecção de crónicas - “Prova de Vida”, de António Araújo - sobre figuras públicas afastadas de ribalta; um ensaio literário já antigo, mas só agora publicado em Portugal, da poeta canadiana Ann Carson intitulado “Eros”; e o catálogo da exposição “Livre”, dedicada a João Abel Manta.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Foi uma semana daquelas em São Bento. Ventura decidiu poluir a fachada do Palácio. O primeiro-ministro rodeou-se de fardas no Palacete, em horário nobre. E o Parlamento celebrou em sessão solene uma data redonda, redondinha: os 49 anos do 25 de Novembro. E há quem já tenha os olhos noutro Palácio: o almirante vai abandonar o barco do serviço militar para se atirar ao mar encapelado da política; e António José Seguro levou a sério o facto de Pedro Nuno Santos o ter incluído numa lista de presidenciáveis. Problema: o secretário-geral do PS (o actual) fez saber esta semana que já se arrenpendeu de ter divulgado o conjunto de nomes em que meteu ao barulho o pretérito secretário-geral socialista. Ouça a versão podcast do Programa Cujo Nome Estamos Legalmente impedidos de Dizer, emitido na SIC Notícias a 29 de novembro.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, na estante do Governo Sombra, há uma “Breve História da Bebedeira”, de Mark Forsyth; uma novela gráfica que vai dar um filme, intitulada “Aqui” e assinada por Robert McGuire; o último volume - “Um Novo Nome” - da Septalogia do Nobel John Fosse; e uma provocatória recolha de factos e de conhecimentos científicos: o tipo de livro, segundo o autor, David Marçal, em que está a receita para “Como Perder Amigos Rapidamente”.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Passaram mil dias desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia. Joe Biden, enquanto arrumava as gavetas da Sala Oval, deu um presente aos ucranianos: já podem utilizar o armamento americano que lhes foi oferecido contra alvos em território russo. Putin decidiu alterar de imediato a filosofia militar russa: agora até um ataque com armamento convencional poderá desencadear uma resposta nuclear. Os mais pessimistas já vêm o fim do mundo ao virar da esquina. * Seria irónico o mundo acabar já, sem ser dada oportunidade a José Sócrates de se defender em tribunal daquilo que ele considera ser “uma guerra de extermínio”. Passaram dez anos sobre a detenção do antigo primeiro-ministro. * Também se assinala esta semana um recorde: nunca, como este ano, foram apresentadas tantas propostas de alteração a um orçamento. Foram mais de duas mil. Só o Chega avançou com mais de seiscentas. Vai ser votar até às tantas ao longo da próxima semana. E há tudo: de grandes medidas a minudências de pequena política.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na estante do Governo Sombra, há desta vez ideias antigas para problemas presentes e futuros, no ensaio “História para Amanhã”, de Roman Krznaric; há uma investigação de vários autores, coordenada por Pedro Aires Oliveira e João Vieira Borges sobre “as guerras de descolonização”, sob o título “Crepúsculo do Império”; a poesia chega com a assinatura de um prosador, Valério Romão, no livro “Mais uma Desilusão”; e há poesia também, naturalmente, na biografia de Du Fu investigada por Michael Wood em “O Maior Poeta Chinês”.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, na estante do Governo Sombra, os ensaios sobre Israel e a Palestina (com o título ‘O Coração Pensante’) de um escritor israelita (David Grossman) alarmado com a deriva extremista, de parte a parte; a monumental biografia de ‘Napoleão, o Grande’, por Andrew Roberts; a ‘Poesia Quase Toda’, de Zbigniew Herbert, o poeta polaco de quem o Nobel não se lembrou a tempo; e um estudo sobre a ascensão e queda da elite mercantil cristã-nova, pelo historiador Francisco Bethencourt, sob o título ‘Estranhos na Sua Terra’.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quantas horas têm os dias da ministra da saúde? Será que Ana Paula Martins está a ver-se obrigada a horas extraordinárias para ajudar a sua secretária de estado a distinguir “anemia” de “amnésia”? Do que já não restam dúvida é que o governo da Madeira tem os dias contados. Será Albuquerque defenestrado pela moção de censura ou, ainda antes, na votação do orçamento para 2025? Nos Estados Unidos, as escolhas de Trump tornam claro que, para a nova administração, o conceito de “conflito de interesses” é letra morta.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Qual a pergunta certa: ‘como é que Trump ganhou’ ou ‘como é que os democratas perderam’? Vamos ter pela frente quatro anos para encontrar a resposta. Numa coisa a eleição do futuro inquilino da Casa Branca foi diferente da anterior: os vencidos aceitaram a derrota sem ranger de dentes nem violência. Na realidade mais comezinha da política nacional, uma deliberação autárquica controversa desencadeou uma sarrafusca interna entre socialistas. Com o regresso a uma animosidade evidentemente, mas não nomeada, entre o anterior e o actual secretários-gerais do PS. Enquanto isso, há duas ministras na corda-bamba. Começa a pairar o fantasma da remodelação governamental, o que já obrigou o primeiro-ministro, em ambos os casos, a vir defendê-las em público. Em Espanha, nem uma tragédia com mais de duzentos mortos fez esquecer a guerrilha política entre o governo socialista e o poder autonómico que reúne a direita tradicional e a extrema-direita.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
Your feedback is valuable to us. Should you encounter any bugs, glitches, lack of functionality or other problems, please email us on [email protected] or join Moon.FM Telegram Group where you can talk directly to the dev team who are happy to answer any queries.