A Beleza das Pequenas Coisas

Expresso

Conversas conduzidas por Bernardo Mendonça com as mais variadas personagens que contam histórias maiores do que a vida. Ou tão simples como ela pode ser

  • 1 hour 12 minutes
    Pedro Penim (parte 1): “O que me move no teatro são os aplausos e o terreno de experimentação sobre o agora, fértil e perigoso, em forma de arte”

    É o atual diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II e acaba de repor o espetáculo “Casa Portuguesa”, em cena até 7 de julho, no Maria Matos, em Lisboa. Uma peça escrita e encenada por si após as duras críticas por se afirmar gay quando ocupou o atual cargo. Em cena pôs em discussão os ideais tradicionais de casa, de família, de género, tendo como pano de fundo os acontecimentos recentes da nossa democracia e a mais dolorosa ferida da nossa História, a guerra em África. Sobre a discussão levantada pelo Presidente de uma reparação histórica às  antigas colónias, afirma: “É um assunto importante e espinhoso, porque estamos a falar de massacres cometidos em nome do nosso país e dos quais continuamos a beneficiar. A riqueza deste país fez-se dessa exploração e matança”. Oiça aqui a primeira parte da entrevista.

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    17 May 2024, 8:10 am
  • 47 minutes 29 seconds
    Joana Guerra Tadeu (parte 2): “A violência contra imigrantes no Porto vem da fragilidade do homem branco com medo de não ser o rei do mundo”

    Ouça aqui a segunda parte da conversa com a ativista pela justiça climática “Ambientalista Imperfeita” que aqui fala de feminismo e ativismo intersecional, comenta o horror em Gaza a que o mundo assiste em direto, e a importância de haver mais pessoas a protestar nas ruas a exigir um cessar fogo de Israel. Joana Guerra Tadeu fala ainda das motivações racistas e xenófobas a imigrantes, que nada têm a ver com a alegada insegurança provocada por estas comunidades, partilha os desafios da maternidade, como começou a sua nova história de amor com um amigo de infância e refere as músicas e leituras que a acompanham. Boas escutas!


     

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    11 May 2024, 7:00 am
  • 1 hour 3 seconds
    Joana Guerra Tadeu (parte 1): “É preciso fechar estradas, atirar tinta ao poder e às empresas que atacam o clima e a Humanidade que quer ter um futuro”

    Desde 2015 que a ativista pela justiça climática, Joana Guerra Tadeu, se dedica em exclusivo ao ambientalismo e a produzir conteúdos e ações de sensibilização sobre clima, sustentabilidade e direitos humanos. Na RTP3 apresentou “Verdes Anos” e, na Antena 3, conduziu o podcast “Ambientalista Imperfeita”, que é o cognome por que é conhecida nas redes sociais. Apoiante das várias acções dos jovens estudantes pelo fim do genocídio na Palestina, e pelo fim do uso do fóssil, chega a afirmar nesta primeira parte do episódio: “A moderação é contraproducente perante uma crise climática urgente”. Oiça aqui a primeira parte da entrevista a Bernardo Mendonça. 

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    10 May 2024, 9:00 am
  • 45 minutes 37 seconds
    Miguel Vale de Almeida (parte 2): “Fui o deputado 'testa de ferro' para o casamento igualitário. Só voltaria à política se houvesse um novo movimento que precisasse de mim numa situação de emergência”

    Nesta segunda parte, o antropólogo Miguel Vale de Almeida responde a um audio surpresa da amiga e deputada do PS, Isabel Moreira, vai mais a fundo sobre o que importa discutir sobre o passado colonial e as mudanças a fazer no presente, recorda a sua experiência na Assembleia da República, enquanto deputado independente do PS, fala dos desafios da Europeias, dos desconfortos ou desencontros com o espelho, e do futuro que deseja para a sua filha Salomé, de 15 anos. E partilha ainda algumas das músicas que o marcaram na fase mais efervescente da sua juventude, lê um excerto do livro “Pedra Branca”, que escrito em co autoria com Ethel Feldman, que lhe valeu o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga, e dá pistas sobre o amanhã glorioso que deseja para si. Boas escutas!

     

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    4 May 2024, 7:00 am
  • 1 hour 12 minutes
    Miguel Vale de Almeida (parte 1): “A reparação histórica que importa é a dos efeitos do colonialismo, é a desigualdade de oportunidades por causa do racismo”

    Miguel Vale de Almeida foi durante dois anos deputado do PS e a figura que esteve à frente da aprovação da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2010. Doutorado em antropologia, as questões de género e sexualidade, assim como o pós-colonialismo, a etnicidade e conceito de ‘raça’ estão no centro da sua investigação. Professor catedrático do ISCTE, ativista dos direitos LGBT e autor premiado, é da opinião que “vivemos um assalto às liberdades por pessoas que nunca se deram bem com a liberdade dos outros” e considera que o que importa reparar na nossa sociedade é que há “uma divisão racista no acesso à igualdade de oportunidades, que vem do colonialismo.” 

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    3 May 2024, 9:30 am
  • 47 minutes 45 seconds
    Tiago Rodrigues (parte 2): “Faço teatro a aproveitar a imperfeição e a rugosidade da tentativa como força vital. Não quero saber de rodapés, quero é janelas abertas”

    Nesta segunda parte do episódio, o encenador e dramaturgo Tiago Rodrigues responde aos áudios surpresa da atriz Isabel Abreu e do diretor artístico da Culturgest, Mark Deputter, e revela como lida com a falha e a integra como vantagem na sua vida e nas suas criações. Fala ainda de como a sua experiência e gosto pelo jornalismo o tem ajudado a ter um certo olhar na escrita teatral, e partilha um certo truque que transporta consigo, que faz com que as pessoas acreditem da maneira que acreditam quando estão ao seu lado nas suas criações. Há ainda tempo para Tiago ler - de forma magistral - um artigo assinado pelo seu pai, o jornalista Rogério Rodrigues (um texto insólito, sofisticado e enxuto que deu origem à música “Teresa Torga”, de Zeca Afonso). E poderão ouvir algumas das músicas que o acompanham. Que novas histórias andam na sua cabeça para irem parar a palco? Qual a sua palavra em francês preferida? De que pequenas belas coisas são feitos os dias do Tiago? Tudo para escutarem nesta segunda parte. Boas audições!

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    27 April 2024, 6:00 am
  • 1 hour 6 minutes
    Tiago Rodrigues (parte 1): “Para escrever o discurso mais perfeito de um fascista passei horas a estudar como eles mentem e manipulam. E passei horas a tomar duche para me libertar”

    Quatro anos após a estreia do premiado espetáculo “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, o ator, encenador, dramaturgo e atual diretor artístico do Festival de Avignon, em França, Tiago Rodrigues, acaba de publicar o seu texto da peça em livro, pela Tinta da China. Na memória de quem a viu ficou a ressoar o discurso final de um fascista, que provocava a ira do público, e levantou uma rica discussão sobre a democracia e as suas ameaças. Nesta conversa, feita no rescaldo do espetáculo “Na Medida do Impossível”, na Culturgest, em Lisboa, sobre as experiências limite de profissionais humanitários em situações impossíveis, Tiago Rodrigues, Prémio Pessoa em 2019, reflete sobre as revoluções que faltam fazer para a saúde da democracia nos 50 anos do 25 de Abril. 

    A segunda parte desta entrevista sai no dia 27 de abril.

    O podcast 'A Beleza das Pequenas Coisas' tem o apoio da DS Automobiles.

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    25 April 2024, 11:55 pm
  • 1 hour 36 minutes
    Ana Paula Tavares (parte 1): “É preciso virarmos a mesa. Não havia nenhum romantismo nesse passado que provocou grande sofrimento sobre as mulheres”

    Após a independência de Angola, a guerra continuou e Paula Tavares fugiu muitas vezes, mas escreveu e ensinou sempre. Tinha 33 anos quando publicou o seu primeiro livro de poesia, “Ritos de passagem”, em 1985. A obra foi catalogada de imprópria para senhoras de bom nome e bom porte. Porque a sua poesia rasgava com a ideia de mulher-continente, dando-lhe corpo, identidade e sexualidade. Mas é hoje uma das vozes literárias mais amadas e destacadas de Angola, com diversas antologias poéticas publicadas no mundo. O seu último livro, “Poesia Reunida - seguido de Água Selvagem”, saiu em 2023, pela Caminho, e é um tremor poético. Enquanto historiadora e professora da Faculdade de Letras, em Lisboa, assina Ana Paula Tavares e colabora atualmente com a RDP África. “Um bom poema deve conter simplicidade, que o faz sobreviver ao tempo. Cada dia com menos palavras, cada palavra com menos sílabas só para poder ouvir os sopros.” Ouçam-na aqui nesta conversa em podcast com Bernardo Mendonça

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    19 April 2024, 10:30 am
  • 34 minutes 14 seconds
    Ana Paula Tavares (parte 2): “A velhice tem-me ensinado a virtude da lentidão. Ajuda a sermos mais perfeitos e a termos mais atenção pelas coisas”

    Na segunda parte desta conversa, a poeta e historiadora Ana Paula Tavares começa por responder a uma pergunta colocada pelo amigo e escritor angolano Ondjaki. Se pudesse fazer uma pergunta a um dos seus mortos, que pergunta seria? E a quem faria essa pergunta? E, já agora, tem algum grande arrependimento? Há ainda espaço para ouvir alguns poemas de Paula Tavares, para conhecer as músicas que a acompanham e descobrir o que a idade lhe tem ensinado. Que sonhos Ana Paula Tavares ainda tem por cumprir e a que livros e poemas regressa sempre? Escutem-na com tempo. E poesia. 

     

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    19 April 2024, 10:29 am
  • 1 hour 7 minutes
    Raquel Freire (parte 1): “Há uma parte da população que gostaria de voltar à ditadura fascista. Nem pensem. Somos muitas mais a querer liberdade e democracia!”

    Raquel Freire é uma cineasta e argumentista que acredita profundamente no poder do cinema na construção da liberdade e de mundos novos. E filma o que a incomoda, o que a apaixona, o que a inquieta e o que quer mudar e libertar no país. Autora de uma vasta filmografia e do recente “Mulheres do meu país”, que passou na RTP, a cineasta alerta para o facto do cinema ter sido realizado até agora maioritariamente “por homens para homens”. Como contraponto aos heróis de Abril, Raquel prepara neste momento a longa metragem “Mulheres de Abril”, sobre as heroínas que lutaram pela liberdade em Portugal e em África. “Perguntei a várias destas mulheres antifascistas, como lidavam com o medo em momentos críticos. Quando tinham a Pide atrás, estavam a fugir ou foram torturadas. Elas pensavam nos sonhos que tinham e no que queriam, respiravam fundo dez vezes e continuavam. Recentemente, quando tive um linfoma, e senti medo da doença, fiz o mesmo que elas.” 

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    11 April 2024, 11:10 pm
  • 40 minutes 44 seconds
    Raquel Freire (parte 2): “Sou uma radical do amor. É através do amor que vivo, que me exprimo, e é a luz que me guia em todas as minhas acções”

    Na segunda parte deste episódio, a cineasta Raquel Freire responde emocionada ao testemunho do irmão Vasco. Qual a sua próxima revolução? Quais são as revoluções que importa fazer agora nos 50 anos do 25 de abril?

    Raquel Freire partilha como enfrentou a doença oncológica que descobriu ter no final do ano passado, deixa um elogio ao SNS e conta como superou o medo, com o apoio do irmão, da família e das suas amizades. “A todas as pessoas que passam ou que um dia passarem por isto, não se isolem”, afirma.

    Raquel repete com a escritora, poetisa e ativista Maya Angelou a frase “Não trocaria esta jornada por nada.” Mas Raquel acredita que é possível criar mundos novos com o cinema e planeia filmar até aos 100 anos.

    Raquel Freire conta ainda aqui um pouco do que poderá ser visto no filme e série “Mulheres de Abril”, com estreia marcada para 2025, que acaba de receber o apoio do ICA.

    E ainda partilha as músicas que a acompanham, lê um excerto do livro “Tudo do amor”, de Bell Hooks, e outro texto de Audre Lorde, que tem sido um mantra para si:

    “Quero viver o resto da minha vida, seja ela longa ou curta, com o máximo de gentileza que conseguir gerir decentemente, amando todas as pessoas que amo e fazendo o máximo que puder do trabalho que ainda tenho para fazer. Vou escrever fogo até que ele saia dos meus ouvidos, dos meus olhos, do meu nariz - de todo o lado. Até que seja cada respiração minha. Vou-me libertar como um maldito meteoro!”

    Boas escutas!

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    11 April 2024, 11:09 pm
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