A história dos integrantes do governo
Fábio Faria é um deputado conhecido pelo currículo amoroso recheado de personalidades: namorou com Priscila Fantin, Adriane Galisteu e Sabrina Sato antes de se casar com Patrícia Abravanel, filha do apresentador Silvio Santos. Na Câmara, é considerado um parlamentar com trânsito entre vários partidos. E essa ‘popularidade’ entre os colegas o levou para comandar o recém recriado Ministério das Comunicações. Mais do que questões como o 5G, Faria assume a pasta com a missão de melhorar a relação entre governo e Congresso Nacional.
Mas Fábio Faria chegou ao governo Bolsonaro com alguma desconfiança por parte dos apoiadores do presidente: o deputado já expressou publicamente que ajudou a eleger Lula em 2002 e 2006, e a sucessora do petista, Dilma Rousseff, em 2010. E já deu explicações sobre sua suposta relação com a esquerda até no canal do YouTube de Eduardo Bolsonaro.
A nomeação do teólogo, professor e advogado Milton Ribeiro no Ministério da Educação foi um aceno à bancada evangélica após a passagem-relâmpago do ex-ministro Carlos Alberto Decotelli, indicado pela ala militar.
E assim que foi confirmado, o quarto nome a comandar o MEC em pouco mais de um ano e meio já estava envolvido em polêmicas. Um dia após ser nomeado ministro, o pastor da Igreja Presbiteriana apagou o vídeo em que defendia usar a dor para educar as crianças. A apresentação foi realizada na Igreja Jardim da Oração, em Santos, no litoral de São Paulo, em 2016. A tentativa de ocultar o arquivo, porém, foi ineficaz, já que outras cópias já circulavam pelas redes.
Polêmicas à parte, os desafios de Milton Ribeiro são grandes: Além do Fundeb, que tramita no Congresso, o ministro terá o desafio de propor soluções para o ensino a distância durante a pandemia do coronavírus e coordenar a volta das aulas presenciais em escolas e universidades.
Conhecido por sua atuação como apresentador e como ator, Mário Frias chegou à Secretaria da Cultura com a missão de apaziguar os ânimos entre os profissionais da área e o governo.
Quinta pessoa a ocupar o cargo desde o início do mandato de Jair Bolsonaro, Frias tem também o desafio de lidar com um dos setores mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus.
Carla Zambelli, deputada federal por São Paulo pelo PSL, se tornou um dos nomes fortes do bolsonarismo na Câmara dos Deputados. Com rachas no governo, a deputada, que durante a campanha recebeu pouca atenção do partido, foi ganhando espaço. Com isso, aumentaram também as polêmicas envolvendo seu nome.
Entre os amigos, Zambelli tem fama de ser boa casamenteira. Na política, sua união com o bolsonarismo parece ser marcada pela fidelidade.
O jurista Alexandre de Moraes sempre foi uma pessoa próxima da política. Filiado ao PSDB, exerceu os cargos de secretário de Estado da Segurança Pública e secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, secretário municipal de Transportes da capital paulista e ministro da Justiça.
Mas em 2017, conseguiu um lugar no Judiciário, após a indicação do seu nome pelo então presidente Michel Temer para a cadeira que era ocupada por Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal.
No STF, Moraes coleciona polêmicas, especialmente no governo de Jair Bolsonaro. Suas decisões são, na maioria das vezes, muito contestadas pelos apoiadores do atual presidente.
Sérgio Camargo se define como um negro de direita, antivitimista e inimigo do politicamente correto. Foi nomeado no fim do ano passado por Jair Bolsonaro para ser presidente da Fundação Palmares, uma instituição pública voltada para a promoção e a preservação dos valores culturais, históricos, sociais e econômicos de influência negra na formação da sociedade brasileira.
No cargo, o jornalista coleciona polêmicas: já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra, porque causaria ‘incalculáveis perdas à economia do país’ e chamou o líder antiescravagista Zumbi dos Palmares, símbolo do movimento negro, de ‘falso herói’, entre outras declarações. Mais recentemente, chamou a cantora Alcione de ‘barraqueira’.
Rogério Marinho ascendeu ao governo Bolsonaro por seu desempenho na articulação de projetos que dominaram a discussão política no Brasil recentemente. Escola sem partido, reforma trabalhista e reforma da Previdência. Todos esses assuntos têm em comum, além do fato de terem causado polêmica, sua participação direta.
Por estar presente em debates centrais, Marinho assumiu o Ministério do Desenvolvimento Regional. Mas passou também a acumular algumas desavenças.
A longa experiência política, entretanto, tornou Rogério Marinho um estranho no primeiro escalão do governo, formado, majoritariamente, por militares e outsiders.
Alexandre Ramagem chefiou a equipe de segurança de Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018 após o atentado contra o então candidato, em Juiz de Fora. Amigo da família Bolsonaro, o delegado se tornou o pivô da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e um dos principais personagens da atual crise política brasileira.
Apesar do desgaste, Bolsonaro parece não ter desistido de dar a Ramagem um lugar de mais destaque no seu governo.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, foi um dos políticos citados nominalmente pelo presidente Jair Bolsonaro na polêmica reunião ministerial de 22 de abril. Além dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, Virgílio foi xingado pelo chefe do Planalto, que o chamou de ‘vagabundo’.
Deputado federal e senador por diversos mandatos, Virgílio já conhecia Jair Bolsonaro dos corredores do Congresso Nacional. Mas a relação entre os dois azedou mesmo depois que o capitão assumiu a presidência da República, graças aos problemas ambientais na Amazônia e, especialmente, à pandemia do coronavírus. Sem medo de polêmicas, os dois protagonizaram discussões públicas sobre a Covid-19 e também sobre as queimadas na Amazônia, que fizeram o prefeito da capital amazonense pedir ajuda de Greta Thunberg, outra ‘inimiga’ de Bolsonaro. O tucano também tem em seu histórico uma aliança inusitada com o PT.
Marcos Pontes foi indicado por Jair Bolsonaro para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações em meio às promessas do então candidato de que iria priorizar especialistas para comandar as pastas.
Com um ano e meio de governo, o primeiro astronauta brasileiro pode ver seu cargo ir para o espaço com as negociações do governo e os partidos do centrão. Mesmo sendo alguém que tenta equilibrar as vontades do presidente e todas as polêmicas que rondam a área que comanda, como as queimadas na Amazônia, o leilão do 5G e a privatização dos Correios.
André Mendonça já foi classificado pelo presidente da República Jair Bolsonaro como “terrivelmente evangélico” e que está agora diante do maior desafio de sua carreira: apagar o incêndio deixado em um dos mais importantes ministérios do país após a saída de Sergio Moro.
Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, o novo ministro da Justiça pode ser um caminho para o fortalecimento da relação de Bolsonaro com os evangélicos, importante para as pretensões do atual presidente em se reeleger em 2022. André Mendonça também pode se beneficiar com o cargo e conseguir uma vaga no Supremo Tribunal Federal ainda neste ano.
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