Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados. Um projecto da autoria de Raquel Marinho. "Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.
Gregório Duvivier nasceu no Rio de Janeiro, em 1986. Actor de teatro e cinema, escritor, poeta, humorista, criador com outros amigos do fenómeno A Porta dos Fundos, licenciou-se em Letras, talvez por ser antes de qualquer coisa um enamorado das palavras e das suas possibilidades.
Esteve recentemente em Portugal, um país onde se sente em casa e sobre o qual já escreveu até poemas, para mais uma peça de teatro chamada O Céu da Língua.
Neste episódio, conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta, e sobre os assuntos que eles sugerem. O amor, o humor, a palavra, a poesia.
Poemas:
Vinicius de Moraes – Soneto da Fidelidade
Eugénio de Andrade – Adeus
Fabricio Corsaletti – Teu Nome
João Cabral de Melo Neto – Galo tecendo a manhã
Bruna Beber – quanto tempo falta para a gente se ver hoje
Nesta nova rubrica do podcast "O Poema Ensina a Cair", Raquel Marinho recebe Pedro Mexia uma vez por mês para conhecer e conversar sobre as suas sugestões de leitura.
Neste primeiro episódio conversamos sobre Fleur Jaeggy, autora suíça que escreve em italiano e sobre Zbigniew Herbert, poeta polaco.
Fleur Jaeggy (n. Julho 1940) tem 2 livros publicados em Portugal pela editora Alfaguara - Felizes Anos de Castigo e Viagem no Proleterka , ambos traduzidos por Ana Cláudia Santos.
A poesia de Zbigniew Herbert (1924-1998) foi publicada recentemente no livro Poesia Quase Toda, editado pela Cavalo de Ferro, com tradução de Teresa Fernandes Swiatkiewwicz.
Ao logo desta conversa, e a partir dos autores escolhidos por Pedro Mexia, são mencionados vários outros autores.
Evelyn Waugh
Robert Walser
Saul Bellow
Truman Capote
Karl Ove Knausgård
Heinrich von Kleist
Franz Kafka
Ingeborg Bachmann
Machado de Assis
Fernando Pessoa
Wislawa Szymborska
Czesław Miłosz
Milan Kundera
Michel de Montaigne
Osip Mandelstam
Nadejda Mandelstam
Joseph Brodsky
Baruch Espinosa
T. S. Eliot
Rainer Maria Rilke
William Shakespeare
Harold Bloom
Chama-se "O Desembarque das Ondas, Antologia para Ingmar Bergman", e é o resultado de um desafio da poeta Raquel Nobre Guerra a 72 autores portugueses para escreverem a partir da obra do cineasta sueco.
A edição é da Livraria Linha de Sombra, situada na Cinemateca Portuguesa, onde decorreu o lançamento em meados do passado mês de Dezembro; o prefácio de Luís Miguel Oliveira e o posfácio de Joana Matos Frias.
Estivemos lá. Conversámos com a antologiadora e alguns dos autores.
Segunda parte da conversa com o músico e compositor Júlio Resende.
De Jorge de Sena a Mary Oliver, aproveitamos os poemas que escolheu para continuar a conversa sobre aquilo que o inquieta e o move, que tanto pode ser a poesia, como a ideia de servir os outros através da música.
Poemas Segunda parte
Jorge de Sena – nasceu-te um filho
Mary Oliver – O homem que tem muitas respostas
David Budbill – Os três objectivos
Bob King – Geologia
Júlio Resende tem 42 anos, é um dos pianistas e compositores portugueses mais conceituados e reconhecidos.
Nesta primeira parte do podcast, e à boleia dos poemas que trouxe, conta da sua relação precoce com a música e o futebol - os primeiros amores - mas também da importância que a filosofia e a leitura têm no seu processo de criação e composição.
Poemas primeira parte:
Gonçalo M. Tavares – As Panelas
Gonçalo M. Tavares – O Adultério
Alexander Search - Was it just a kiss? Was it more than this?
Alberto Caeiro/ Fernando Pessoa – O meu olhar é nítido como um girassol.
Vinicius de Moraes – Soneto da Fidelidade
Amalia Bautista – Ao fim
José Tolentino Mendonça, poeta, sacerdote, professor universitário, teólogo, nasceu na Ilha da Madeira, em 1965, mas mudou-se para Angola quando tinha apenas 1 ano, onde viveu até aos 9. Já em Portugal, em 1976, entrou para o seminário pelos 11 anos de idade. Foi lá que tomou contacto com os livros, através de duas bibliotecas enormes que lhe permitiram tornar-se um leitor omnívoro e, simultaneamente, um adolescente que se apropria do mundo através das leituras. Foi também no seminário, ainda na adolescência, que escreveu os primeiros poemas.
Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano, onde estamos, desde 2018, onde ficou responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto do Vaticano. Depois de ter sido nomeado Cardeal, em 2019, foi escolhido pelo Papa Francisco como Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé.
Publica poesia e ensaio regularmente. A Vida em Nós (Aforismos), edição Quetzal e O Centro da Terra, Assírio & Alvim, são os mais recentes livros publicados em Portugal.
Poemas:
1 - O Cântico dos Cânticos (Bíblia)
2 - Cântico Espiritual - São João da Cruz
3 - Canto XLV - Ezra Pound
4 – Marinha- Arthur Rimbaud
5 - Em Roma buscas Roma, ó peregrino! – Francisco de Quevedo
6 - Campo di Fiori - Czeslaw Milosz
7 - Míris: Aelxandria, 340 d.C - Konstantinos Kavafis
8 - Orla Marítima - Ruy Belo
9 - Não sei como dizer-te - Herberto Helder
10 - Arte Poética - Adília Lopes
11 - Missa das Dez - Adélia Prado
12 - O Verão Partiu - Arsenii Tarkovskij
Episódio gravado ao vivo no Festival Utopia, em Braga.
José Luís Peixoto nasceu em Galveias, Alentejo, em 1974. Um lugar, o seu lugar, onde, como disse numa entrevista, “o céu é maior”; onde criou uma banda de música pesada com os amigos da adolescência chamada Hipocondríacos; onde começou a ler, os livros que o Sr. Dinis trazia mensalmente numa carrinha Citroen, que estacionava em frente à cooperativa, no terreiro da povoação.
Aos 18 anos mudou-se para Lisboa, para estudar Línguas e Literaturas Modernas, variante inglês e alemão, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. A mesma universidade que lhe atribuiu recentemente o Prémio Alumni, na categoria de Humanidades.
É um dos autores portugueses contemporâneos de maior destaque, com obra ficcional e poética estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras, e traduzida em muitos idiomas.
É também amplamente premiado mas temos, talvez, de destacar o prémio literário José Saramago, em 2001, com o romance Nenhum Olhar.
Poemas
Joaquim Cardoso Dias – O Vento
Margarida Vale de Gato – Primeira Canção da Planície
Paulo Lourenço – Quantas rosas são precisas para matar um homem
José Mário Silva – Décimo quinto andar
e. e. cummings – Uma vez que sentir é primeiro, tradução de José Luís Peixoto
Lucille Clifton – desejos para os meus filhos, tradução de José Luís Peixoto
Mark Strand – Manual da Nova Poesia, tradução de José Luís Peixoto
Hal Sirowitz - A separação é difícil, Timing, Esta noite não, tradução de José Luís Peixoto
Segunda parte da conversa com o jornalista, "tipo da rádio", Fernando Alves.
Os poemas são o chão de onde saímos para outros voos, onde nos cruzamos, por exemplo, com o verso de Manoel de Barros "poesia é voar fora da asa". E falamos desse voo da poesia, mas também, por exemplo, do voo da borboleta amarela do conto de Rubem Braga, ou do encontro de Fernando Alves com Agostinho da Silva num café, ou da casa onde viveu Sá de Miranda.
São muitos os apeadeiros por onde nos guia Fernando Alves, e muitas as possibilidades para a partir desta conversa sair daqui, do Spotify, à descoberta de outros mundos e lugares possíveis.
Poemas:
Ana Luisa Amaral - Que escada de Jacob? in Entre dois rios e outras noites
Wislawa Szymborska, Alguns gostam de poesia
Sophia de Mello Breyner Andresen, A conquista de Cacela, in Livro Sexto
Manoel de Barros, Uma didática da invenção, in O Livro das Ignorãças
Manuel António Pina, Junto à Água, in Um sítio onde pousar a cabeça
O jornalista Fernando Alves lê Manuel António Pina, um dos poetas que escolheu trazer para o podcast.
Habituámo-nos a ouvi-lo na rádio, todas as manhãs, reflectir sobre o mundo à nossa volta, o que vem e não vem nas notícias.
Fernando Alves, 70 aos, começou por escutar a “magia da rádio” ainda adolescente no Rádio Clube de Benguela, em Angola. Já em Portugal, esteve mais de uma década na RDP - Antena 1, antes de ajudar a fundar a cooperativa de onde haveria de nascer a TSF. Aos microfones dessa rádio, e ao longo de 35 anos, fez tudo menos relatos de futebol. É dele a frase “até ao fim da rua, até ao fim do mundo", que encerra uma espécie de tratado sobre uma certa visão do jornalismo.
De regresso à Antena 1, assina agora uma crónica diária, de segunda a sexta, chamada “Os Dias que Correm”.
Tem uma relação precoce com os livros iniciada ainda em Angola, quando era adolescente, e uma admiração por alguns autores que veio a conhecer já em Portugal nos muitos caminhos da rádio. Herberto Helder é um deles, mas também, por exemplo, Fernando Assis Pacheco ou António José Forte.
Nesta primeira parte do podcast, conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta e sobre os poetas, os seus mestres. Conta-nos que pode visitar de propósito um lugar por causa de um poema, ou até ler um livro de ficção nos locais onde a narrativa decorre.
Para Fernando Alves, que não sabe poemas de cor mas tem inúmeros versos que o acompanham pelos dias, os poetas são uma espécie de feiticeiros e "a poesia é como comer um cacho de uvas todos os dias, vais ali depenicar. Deixa-me ir ali depenicar um poema".
Nesta primeira parte, depenicamos 5 poemas:
Ruy Belo – Morte da Água
Herberto Helder – Fonte – No sorriso louco das mães
Daniel Faria – Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
António José Forte – Dia a Dia Amante do Poeta
Jorge de Sena – Soneto do Envelhecer
A escritora brasileira Aline Bei escolheu um poema de Manoel da Barros para a conversa no podcast. Quando conversamos sobre esta escolha, destaca o verso "perdoai mas eu preciso ser Outros".
Vê esta leitura tão bonita e escuta o episódio para saber por que razão gosta da poesia de Manoel de Barros.
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